A brisa da tarde me chamou para sair, para curtir, para viver. Infelizmente tive que negar o seu pedido, me acho covarde demais para encarar a felicidade de frente. Pensei ,hesitei, esbocei um sorriso no rosto, ensaiei algumas palavras bonitas, Mas nada que fosse capaz de disfarçar a vontade que eu tinha de viver, embora me preocupe muito com a opinião dos outros, quis jogar as preocupações para cima, aproveitar a bela tarde de outubro, umas das minhas ultimas “belas tardes” desse ano.
Via da janelinha do meu quarto o verde vivo das arvores, e os passarinhos, que cantavam meu nome ao me convidar a liberdade, e eu, que doida estava para compartilhar aquilo tudo, tinha o medo a me açoitar como sempre... Até quando mesmo aquela situação permaneceria? Até quando iria permitir que o mundo determinasse o que eu deveria ou não fazer? Até quando continuaria me escondendo em um apartamento da classe média, com portas e janelas de vidro não blindado, olhando para o tempo que passa, nostalgiando rimas antigas de artistas antigos em uma realidade mais antiga ainda?
A pior parte disso tudo veio quando me dei conta estar escrevendo um texto vazio, sem sentido algum, para disfarçar o sorriso amarelo sem graça que o tempo me ofereceu.
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